O Executivo Municipal ilhavense aprovou hoje, numa reunião que demorou quatro horas a terminar, as Grandes Opções do Plano, o Orçamento e o Mapa de Pessoal para 2015, com os votos contra dos Vereadores socialistas. A maioria Social Democrata viabilizou os documentos, por maioria.

A Câmara reiterou a aposta numa "gestão sustentável, de redução de despesas de funcionamento e na manutenção de uma grande intensidade em obras municipais", sublinhou o líder da autarquia, Fernando Caçoilo. "No ano passado descemos o Orçamento 22 por cento numa perspectiva de 'caminharmos' para o equilíbrio entre a receita e a despesa", disse.

O Orçamento do ano passado subiu aos 29,9 milhões de euros. Em 2015 o Orçamento descerá 7 por cento. Será de 28 milhões de euros.

"Em dois anos ajustamos em 30 por cento o Orçamento. Agora está perfeitamente equilibrado entre a receita e despesa. Continuaremos a assumir os compromissos de obra que temos. O Plano do ano passado foi reduzido em 23,5 por cento e este ano descemos 9 por cento. Será de 15,263 milhões", vincou. "Estamos no caminho certo, com rigor e muito trabalho".

Pedro Martins, Vereador do PS, num dos momentos da sua intervenção política, disse que "há caminhos trilhados pela maioria com os quais não concordamos", adiantando que ouve falar há muitos anos na 'Grande Cidade', reportando-se ao Município ilhavense. "Recordo-me sempre da cidade-estado de Singapura, não sei porquê. Quando falam da grande cidade em Ílhavo, recordo-me de Singapura".

Para Pedro Martins, a gestão do território de Ílhavo "não é completamente integrada". Exemplificando, disse que "há espaços do nosso território que estão esquecidos. Se nos localizarmos nas Praias da Barra e Costa Nova, atravessando a Ponte da Barra, entrando na Gafanha da Nazaré, naquela zona que delimita com a Gafanha da Encarnação, todos aqueles arruamentos estão ao abandono. O estado das vias é muito mau, não existem passeios. Há integração da gestão mas, é sempre possível fazer um esforço maior na gestão integrada do todo. Em Ílhavo, saltando de um espaço para o outro, as diferenças são abissais. É uma realidade que na qualificação do espaço há zonas completamente votadas ao abandono", denunciou.

O Vice-Presidente da Câmara, Marcos Ré, na resposta, disse que seria bom que "todos tivessem a noção do que é o Concelho de Ílhavo" no que diz respeito a questões de saneamento e águas pluviais. "Quando fazemos saneamento fazemos, também, águas pluviais e pavimentos da via. Como é que o PS quer que se faça obra de requalificação urbana naquelas zonas sem se ter feito a obra do saneamento? Abrir buracos depois da requalificação das zonas? Que diabo, isso é evidente. Não podemos tratar todas as zonas da mesma forma porque ainda nos falta muito 'básico'. Temos, neste momento, 70 quilómetros de saneamento na Gafanha da Nazaré (4,5 milhões) e 20 quilómetros de redes de águas pluviais (5,5 milhões), vejam as dificuldades que atravessamos para efectuar obra", disse.

(em actualização)